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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

26
Jul13

Combinação imperfeita

pickwick

Apesar de previamente ter pensado que o dia poderia ser melhor aproveitado noutras actividades, alinhei num programa de lazer relativamente simples: piscina, comer e beber. O dia inteiro. Vá, só comecei quase às 13h00, porque outros valores se levantaram e passei a manhã a tentar recuperar do óleo da véspera. E a meter o sono em dia, também.

 

Quando cheguei à beirinha da piscina, pasmo dos pasmos: a Dulce e a Fabiana estavam em fato de banho! As minhas perninhas quase que vacilaram, tão incapaz que eu estava de interiorizar a surpresa.

 

Foi um dia agradável, entre comida saudável, vinho frisante, comida menos saudável, e espumante. Muito difícil. Cinco horas de polo aquático contra uma quase invencível quadrilha de criancinhas abaixo dos treze anos. Muito doloroso.

 

Onde é que entra a parte da combinação imperfeita? É simples: falta de cintura e mamilos-schraeder. A Fabiana tinha falta de cintura e mamilos-schraeder. A colega-que-me-apalpou-o-braço tinha falta de cintura e mamilos-schraeder. E a Dulce tinha falta de cintura, embora não tenha reparado se tinha mamilos-schraeder ou mamilos-low-profile. Tenho dias em que não consigo reparar em tudo, é verdade. Seja como for, estes dois detalhes formam uma combinação imperfeita.

 

Onde é que entra a parte da imperfeição? Ora, um gajo olha para uma falta de cintura e pensa: ah e tal, tanto sofá… e umas corridinhas, não?, e onde é que eu meto as mãos para a puxar para mim?, e uma mini-saia fica pendurada onde?, e por aí fora. Por outro lado, um gajo olha para uns mamilos-schraeder e exclama: uiii… ganda maluca!, a aguinha está a espevitar-te as válvulas?, isso com uns três centímetros de adesivo resolvia-se e ficava bem melhor à vista!, e coiso e tal.

 

Portanto, se tivermos apenas seis centímetros de adesivo, temos um problema sério: três centímetros para cada mamilo resolve a parte estética mais evidente, mas falta adesivo para segurar a mini-saia que não tem ancas onde se segurar; quatro bocados de centímetro e meio fixam a mini-saia à pele em quatro pontos, evitando que caia pelas pernas abaixo e exponha as cuequinhas de cor duvidosa, mas, com aqueles mamilos-schraeder a concentrar as atenções, ninguém repara numas cuequinhas, por mais vistosas ou esburacadas que sejam. Quando há duas situações que carecem de solução e apenas conseguimos solucionar uma delas, temos o quê? Isso mesmo: uma imperfeição!

 

E o que raio são mamilos-schraeder?

O nome deriva da extraordinária semelhança entre um mamilo feminino extraordinária e permanentemente erecto, e uma válvula de ar do tipo Schraeder, como as usadas nos pneus de automóveis e bicicletas de montanha. Obviamente! pickwick

16
Dez11

Apalpou-me o braço!

pickwick

Desde há já vários meses que uma colega de trabalho me olha com uma insistência pouco discreta. Também manda umas SMS às vezes meio despropositadas. Aparentemente, isto seria delicioso. Mas, a rapariga é casada, é mãe de três filhos e tem características físicas que não abonam a favor de uma hipotética empatia visual: cintura de copo de imperial, caroços de azeitona em vez de suaves mamilos, queixo de golfinho, cabelo de coco empastado, locomoção em “passo doble”, enfim.

 

Físico à parte, usa “prontos” e “portantos” com demasiada frequência para o meu gosto.

 

Seja no local de trabalho, ou à mesa numa refeição, passa a vida a olhar-me. Não lhe fica bem e confesso que me incomoda bastante.

 

Esta semana, fomos a uma reunião a alguns quilómetros do nosso local de trabalho, num dia de chuva. À saída, e porque tínhamos ido quatro pessoas no mesmo carro, saímos juntos. Como chovia e eu não uso guarda-chuva (por causa do Alzheimer), a rapariga insistiu em dar-me “boleia” debaixo do dela. Eu não aprecio “boleias” desta natureza, até porque uma chuvinha na careca sempre ajuda a suavizar as emoções e a dar valor ao lar. Mas, não fui suficientemente explícito quanto à minha vontade de molhar as ideias. A rapariga agarrou-me pelo braço, qual cachorro esfomeado a abocanhar um osso. Mais do que agarrar-me o braço, apalpou-o, como quem dizia: ui, anda cá, ui, ui, nhac, nhac, …

 

Senti-me como que num estado de pré-violação. Como se já me estivessem a puxar pelo elástico das cuecas e a enfiar o dedinho onde o sol não brilha. Ela parecia satisfeitíssima, aos apalpões. Eu contava os metros que faltavam até ao carro. Por fim, a liberdade. Ufa!

 

Nota final: O que é uma “cintura de copo de imperial”? Bom, é como um daqueles copos de imperial de tasquinha, ligeiramente mais estreitos em cima e em baixo do que a meio. Coisa feia de se ver numa mulher, mas frequentemente impossível de evitar. pickwick

09
Abr08

Quatro nonos

pickwick
Algures num dos dias úteis da semana passada, esteve muito calor. Exemplares do sexo feminino, num simpático gesto de boas vindas à Primavera e ao sol e ao calor, apresentaram-se em público com as camisolinhas de quando tinham oito anos, que, como se isso não bastasse, encolheram três vezes na máquina de lavar.
 
Eu, como é hábito, estive atento às movimentações, não fosse alguma querer dar um golpe de estado no Sócrates, ou assaltar um hipermercado Continente. Tanta atenção a estas coisas da vida, leva-me a mente por trilhos ainda por desbravar, entre arbustos de mistério e penedos obscuros.
 
Estive atento, e inventei uma medida padronizada, digna de menção no Sistema Internacional de Unidades. Chama-se “quatro nonos” e representa a fracção de maminha que fica a apanhar ar num dia de muito calor.
 
“Quatro nonos” é uma unidade de medida única, sem sub-unidades, sem escalas, sem nada. Ou tem quatro nonos da maminha ao léu, ou não tem, e neste caso não interessa. Como cheguei a esta fracção? Bom, podia começar por que dizer que ah e tal, são muitos anos de experiência, mas prefiro contar a verdade.
 
E a verdade é que este resultado aparece depois de longos anos de intensas observações e gigantescos estudos estatísticos. Assim, concluí que, se dividirmos a maminha em nove partes iguais, cobrir cinco dessas partes com tecido é o derradeiro gesto para esconder, à tangente, à justa, ao milímetro, o moreno mamilo do pudor. Sim, porque o que provoca pudor não é uma mama-melon-size, nem a exposição de generosos balões, mas, tão só e apenas, a exibição dos mamilos. Ou seja, a mama pode mostrar-se toda, o mamilo é que não. Se o mamilo se vê, pronto, já está nua. Se o mamilo ficar coberto por uma rodela de kiwi, ah e tal, que menina tão pura, está tão vestida!...
 
Andreia, querida, se a tua tia te apanha nesses preparos, espeta-te três bufardos nas mandíbulas e põe-te a cavar batatas com as unhas durante um mês! Põe-te fina! pickwick
07
Jul07

Meio mamilo

pickwick
Eu estava lá. Eu vi tudo. E aqui estou eu, a tocar a trombeta, no meu humilde papel de arauto. Foi hoje. O dia começou lindamente, com três mulheres a passarem a manhã no gabinete do patronato, mesmo à minha frente. Era em trabalho, mas não é por trabalharem que deixam de ser mulheres, não é? Depois, fui almoçar com as mesmas três mulheres, o que também é porreiro, dignifica a profissão e aligeira a infelicidade por ainda não ter ganho o Euromilhões. Da parte da tarde, as três mulheres foram embora, cada uma aos seus afazeres. Eu fiquei ali, na paz e no sossego, a tentar adiantar alguma coisa. Até que, lá mais para o final da tarde, chegou a loira-dentuça e o sossego acabou. Vinha com a Nanda, que também é loira, pelo que, de repente, fiquei com duas loiras sentadas numa mesa em frente da minha secretária. Mais uma vez, tenho que confessar que é dignificante. Bom, mas a verdadeira questão, aqui, não é ter duas loiras no gabinete. A verdadeira questão, que me traz aqui, é que uma delas, a loira-dentuça, vinha vestida com um longo vestido vermelho (tipo carmim, para uma descrição mais abichanada), com uma monumental racha desde o tornozelo até à ponta superior do fémur. Como se não bastasse esta abertura descarada, o vestido da loira-dentuça era dotado de umas alças fininhas e uma abertura para o decote que mais parecia o Mosteiro dos Jerónimos. Uma vez que não tinha uma máquina fotográfica para registar o aparato, recorri à Internet para poder apresentar, aqui, um modelo com algumas parecenças. Encontrei. O vestido era vermelho em vez de branco, a racha era enorme, mas o decote era tal e qual. Uma depravação! Pior, as mamas da loira-dentuça davam para chegar a meio caminho entre o umbigo e a rótula, não fosse o generoso do vestido apará-las. Sem mais nada por baixo, tal como na foto ao lado. Eu acho que, a partir de determinada idade, as mulheres deviam ser proibidas de andar nestes preparos. Só lhes tira dignidade. Hoje estou com a mania da dignidade. Bem, a determinada altura, que podia ser uma altura qualquer como as outras, reparo que há um ligeiro problema com a mama direita da loira-dentuça! É que, ali, naquela posição, a escrever apontamentos e a folhear um dossier, metade do mamilo direito estava completamente fora da protecção moralista do vestido decotado. Completamente visível. Atenção: isto não é mais uma embrulhada de palavras com segundo sentido! A loira-dentuça tinha, realmente, meio mamilo fora do vestido, para quem quisesse reparar. Esteve assim durante uma boa meia-hora, até terminarem o trabalho e irem embora. Meio mamilo! Impressionante! Pessoalmente, não é paisagem que me satisfaça. Se fosse de uma mocinha de vinte anos, carne fresca, seios firmes e hirtos, isso, sim, era qualidade visual. Neste caso, acabou por me deixar ligeiramente mal disposto, como se morresse de pavor que as mulheres bonitas tivessem desaparecido subitamente da face da terra. Como se os seios de todas as mulheres tivessem, agora, palmo e meio de altura. E ainda dizia o Dr. Karen Weatherby, depois de uns estudos quaisquer: "Olhar para os seios de uma bela mulher durante 10 minutos, em cada dia, é o equivalente a uma meia-hora de aeróbica. A excitação sexual aumenta a frequência cardíaca, e é benéfica para a circulação do sangue. Nós pensamos que, com tal prática diária, os homens podem aumentar a esperança de vida em pelo menos 5 anos." Pois, caro Dr. Weatherby, cumpre-me informá-lo de que não basta olhar para os seios de uma bela mulher. Nem olhar para os belos seios de uma mulher. Para resultar, é preciso olhar para os belos seios de uma bela mulher. Repare, Dr. Weatherby, que, uma mulher, por mais bonita que seja, se tiver seios para além do limite do umbigo, dificilmente conseguirá provocar excitação sexual. E mais, Dr. Weatherby: uma mulher com uma armação saliente de dentes e dentolas, e com meio mamilo à mostra, jamais trará um incremento da circulação do sangue. Quando muito, ter-se-á uma náusea súbita, seguida de uma hemorragia nasal. Quanto à esperança de vida, a minha hoje deve ter baixado aí uns nove anos. Ou vinte e nove! Ainda me sinto horrorizado! Xô! Vai-te embora, ó meio mamilo! Argh! Que nojo! pickwick