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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

27
Abr12

Lavagem ao cérebro

pickwick

Todos os dias, vou a caminho do trabalho a ouvir a Rádio Comercial no carro. Não é uma atitude muito inteligente, em especial quando o Ricardo ou o Palmeirim se esticam um bocado e um gajo vai por ali fora de boca escancarada, em sonoras gargalhadas, a toldar-se a vista com os litros de fluido lacrimal que nascem não sei de onde. É coisa para um acidente grave de chaparia a moldar-se a um viril eucalipto, ou, no mínimo, a ter que dar explicações pouco convincentes a algumas personalidades da população local.

 

Nos intervalos das cenas hilariantes, os senhores da Rádio Comercial continuam naquela incansável e pouco nobre missão de impingir uma certa e determinada música aos seus ouvintes. A primeira vez que ouvi, pensei que era mais uma cena hilariante. Um gajo a discursar por cima de uma pseudo-melodia, a mandar-me ir para a rua abraçar fulano e sicrano, com uma entoação tal que parece que engoliu um agrafador e que a pilha do pacemaker está a falhar. Pessoalmente, não estou bem a ver que venha a correr bem, caso eu saia à rua e abrace alguém. Posso dar de caras com um larilas carente, levar com uma ponteira de guarda-chuva nos testículos, ou ser preso por pedofilia.

 

Mas, vá, a letra até faz um apelo engraçado, embora venha atrasada no tempo. O povo já está num patamar evolutivo e filosófico em que o falhanço não existe, porque a culpa é dos outros, merece-se sempre muito mais e só não se tem por culpa dos outros, o sonho nunca se realiza, por culpa dos outros, e por aí fora, que a culpa é sempre dos outros e por isso somos os maiores… E, certamente, quem nunca acha que comete falhas, nunca sentirá um abanão, nem nunca imaginará cair e será sempre, sempre, sempre muito forte, o maior… O senhor que escreveu a letra, esquece-se que um dos principais cancros da nossa sociedade, é o excesso de auto-estima, e não o seu défice. Mas, isso agora não interessa.

 

O que importa, é que andam a impingir esta música à malta. À força. Como uma lavagem ao cérebro. Ah e tal, hão-de ouvir tantas vezes isto, que daqui a pouco tempo vão adorar, apesar de ser um bocado intragável. Confesso que já falta pouco para eu começar a assobiar depois de a música chegar a meio, mas, até meio, é um sofrimento daqueles, sempre agoniado com o engasgamento do cantor, que ainda pode entrar em paragem cardíaca caso a pilha passe de fraquinha a moribunda ou o agrafador largue os agrafos todos como má reacção a um galão matinal com torradinha... pickwick

03
Set07

Era só o que faltava!

pickwick
A propósito de uma notícia hilariante que nada tem que ver com o que se segue, tropecei numa notícia num jornal online argentino. Rapidamente, recrutei os préstimos de um daqueles fantásticos tradutores linguísticos automáticos e pu-lo a traduzir o texto de Espanhol para Inglês (os palermas ainda não descobriram que falta o tradutor de Espanhol para Português). Com o resultado, repeti o serviço, mas desta feita de Inglês para Português. Assim, como se depreende, obtive uma magnífica tradução bypass Espanhol – Inglês – Português. Uma pérola da tecnologia ao serviço dos mortais. O trabalho final:  
O bisexuality marcará as relações no futuro
O oncólogo Humberto Veronesi, seus 81 anos, sonroja nenhuns é surpreendido quando afirmar um do controverted postulados mais foi proferido na matéria do sexuality: após três gerações, os povos terminarão suas relações intimate sem distinção da sorte.
O specialist, com recognition amplo no continente e no candidato velhos ao prêmio de Nobel, declarou ao Reformist o jornal de Il que “diminui as diferenças entre homens e mulheres”.
Com o tempo, devido a desenvolver menos tarefas da sobrevivência, os homens reduziram hormones dos andrógenas. Na uma mão, as mulheres modificaram também seu rolo na sociedade, que implica um desenvolvimento menor do estrogen.
Todo o sistema reproductive do homem vem submetendo-se a mudanças: “Os órgãos atrophied lentamente”, explicam o perito no cancer. Isto ocorre em parte pelas modificações que a biologia genetic impôs à medicina tanto quanto os tratamentos do comparecimento para as gravidezes.
É mais porque o ato sexual será reduzido pouco quando da afeição e ao containment, do que como a rota reproductive do homem, ele Veronesi expresso. Conseqüentemente, isto afetaria a decisão com de quem para ter o sexo, ou rather, já não importaria a intimar com um homem ou uma mulher.
“Será o preço a pagar pela evolução natural da espécie humana. E eu acredito que o preço é positivo”, foretold o oncólogo italiano, a que adicionou que esta volta biológica e cultural ocorrerá porque há menos homens e mulheres dos viriles com masculinidad mais grande.”
Caro Dr. Humberto,
 
No supremo respeito pelo seu trabalho científico durante uma vida, quero usar o meu direito de discordância para com os seus dantescos pareceres. Vou fazê-lo por partes, para que tudo seja melhor inundado pela luz.
 
1. A bissexualidade jamais marcará as relações no futuro. Nem no futuro, nem no futuro vindouro, nem no tempo da senhora que há-de vir. Percebeu? A bissexualidade é uma preferência do passado, do presente e do futuro, para quem gosta! Se agora, com esta idade de avozinho coxo, é que anda a navegar na Internet e a descobrir o deslumbrante mundo da bissexualidade e da homossexualidade dos dois géneros, problema seu. Não extrapole, que lhe fica mal e é muito pouco científico. Lá por aparecerem cada vez mais pessoas a darem a cara pelos seus gostos sexuais, isso não tem nada que ver com estatística de algibeira nem com alterações genéticas. Resumidamente, há seres humanos com pila que têm um gosto desalmado por outras pilas e desdenham orifícios lambuzados e maminhas; há seres humanos sem pila, que desdenham as pilas, a menos que sejam de material sintético e não tragam um gajo peludo agarrado, preferindo orifícios lambuzados e maminhas; há seres humanos que são as verdadeiras Madres Teresa de Calcutá do Sexo, pois tanto amam as pilas como o resto e de esquisitos não têm nada; e há os seres humanos com pilas que preferem o contrário, e o contrário que prefere as pilas. É simples, Dr. Humberto. Portanto, não invente!
 
2. Quanto à teoria de haver menos tarefas de sobrevivência e a mulher mudar o seu papel na sociedade, tendo por consequência os homens reduzirem as hormonas andrógenas e as mulheres desenvolverem menos estrogénio, caro Dr. Humberto, tenho a dizer-lhe que anda a ver pouca televisão e a navegar pelos sites errados na Internet. Pelo contrário, cada vez mais o homem vive para a sobrevivência: desportos radicais, cartões de crédito chupados até ao tutano, a taxa de sete mulheres para cada homem que afinal é uma fraude, o vestuário feminino cada vez mais provocante que coloca em risco de colapso cardíaco quase todas as faixas etárias do sexo masculino, o perigo na condução em cidade, com o dilema das vistas agradáveis, enfim, e por aí fora. Pelo contrário, o papel da mulher na sociedade é cada vez mais o papel da mulher: depois de passada a fase fracassada de quererem dividir tarefas com os homens, as mulheres das sociedades avançadas há muito descobriram que o seu papel tradicional na sociedade tem uma razão de ser, é necessário e dele depende o equilíbrio moral e físico de uma nação – Portugal, que vive ainda a mania de que ah e tal o papel da mulher não sei quê, é, por isso mesmo, um poço de adolescentes psicologicamente muito doentes e jovens adultos com bolhas de mel acima da linha do nariz, arrastando o país para um buraco escuro e mal cheiroso. Além do mais, pelo que se vê na Internet, a mulher está bem longe de se afastar do seu papel de objecto sexual.
 
3. Essa de os órgãos atrofiarem lentamente, é que não lembraria nem ao Diabo! Chama-se a isso ficar velho jarreta e acontece invariavelmente aos idosos que conseguem chegar aos 81 anos! Esse seu curso de medicina deve ter sido tirado em África, através de toques de tambor, não?
 
4. A ideia de que as quecas existem para procriar… bem, não sei que lhe diga. Alguém o enganou bem enganado. Mas, deixe-me fazer-lhe ver a luz. Isto é muito simples. A queca existe porque a malta gosta, ok? Sabe bem. É como ir a um bom restaurante, porque se quer ir satisfazer a gula. A procriação é apenas um efeito secundário. Se as quecas não fossem tão saborosas, acha que havia tanta gente no mundo? Claro que não! Nem metade! Francamente! Portanto, os seres humanos continuarão a dar cambalhotas com quem lhes souber melhor: com a prima, a namorada, a namorada do amigo, a vizinha da frente, o engate de verão, a nadadora-salvadora, a ovelha, o amigo, o amigo do amigo, o amigo e o amigo, a namorada e a amiga da namorada, a mãe da namorada, o pai da namorada, enfim, é conforme os gostos e a disposição.
 
5. Acha que é positivo? Acha mesmo? Você deve é gostar de levar com o duro entre as nádegas, não é? Tanta coisa, tanta afirmação parola, só para um dia destes justificar-se ao ser apanhado com um rapaz de 23 anos no convés de um iate, todos nus e besuntados com óleo de coco.
 
6. No que toca à virilidade dos homens e à masculinidade das mulheres, julgo que é meu dever dar-lhe uns quantos conselhos. Primeiro, deixe de conviver tanto com larilas efeminados, meta obras em casa e aproveite para conviver com os trolhas musculados e peludos. Segundo, esqueça as suas irmãs, as suas cunhadas, as amigas das irmãs e das cunhadas, esqueça até as suas sobrinhas; aponte faróis às sobrinhas-netas, às netas, às amigas das netas, às amigas das sobrinhas-netas, às namoradas dos netos e dos sobrinhos-netos, enfim, a toda essa diversidade de carne fresca no feminino, observe com atenção, esqueça a sua vincada faceta de larilas e aprecie: as mulheres estão cada vez mais femininas, cada vez mais bem tratadas, cada vez mais bonitas, cada vez mais sensuais e cada vez mais apetecíveis.
 
Termino desejando-lhe umas boas férias de verão com o seu namorado. Ao menos, que seja um jovenzinho com as nádegas firmes a abanar e uns tiques nos bracinhos, como decerto aprecia.
 
Com os meus melhores cumprimentos,
 
pickwick 
15
Jan07

Crítica cinéfila

pickwick

Ora bem, vou estrear-me nesta arte por si só que é a crítica cinéfila. Ou seja, vou ao cinema, faço de conta que sou um gajo importante e que existem pessoas que lêem o que eu escrevo antes de irem elas mesmas ao cinema, e ganho o meu sustento assim. Deviam ser espancados, esses gajos! Nem é vida! Bom, fui ao cinema no sábado, sessão da meia-noite e vinte, ver um filme do Mel Gibson chamado “Apocalypto”. Esta é uma obra que se pode chamar um quatro-em-um. Gay, pornográfico, índios e cobóis, e romance. Eu explico. O filme começa com uma cena gay. Muito larilas. Um bando de gajos seminus corre pela selva amazónica atrás de um javali. Montam uma armadilha e matam o animal, coitado. Depois, um seminus come um dos testículos do javali, que lhe rebenta dentro das beiças, esguichando um líquido branco suspeito, ficando para ali a babar-se. Riem-se todos e pronto. Homem que é homem, não anda pela selva amazónia a trincar testículos de animais, ok? Depois, passamos a ter uma cena pornográfica. Os gajos deixam de ser todos larilas e viram machos amazónicos, com mulheres e filhos, à excepção de um matulão com 1,90m de altura, que ainda não conseguiu emprenhar a mulher. O ex-larilas mais velho, num momento mais íntimo, empresta-lhe umas folhas cor-da-embalagem-de-mon-cheri para ele esfregar nas partes baixas e assim fazer logo dez filhos. No acampamento, a desdentada da sogra, depois de insultar o matulão por este não emprenhar a sua filha querida, cola-se na porta da cabana do casal, não desgrudando enquanto o desgraçado não saltar para cima da mulher. Ele salta, ui que é bom, gemem os dois e saem disparados cabana para fora, ela aos saltinhos e ele… Bem, ele atira-se de nádegas para cima do bebedouro comunitário, mergulhando as partes baixas no líquido e, assim, afogando o ardor insuportável. Isto tudo, claro, perante uma tribo que se rebola no chão, todos perdidos de riso. Enfim, esta gente do cinema não consegue fazer um filme sem sexo. Ordinários! De seguida, após a cena gay e a cena pornográfica, começa a extensa parte do filme dedicada aos índios e cobóis. Porrada, corridas, sangue, mortos, feridos, setas, decapitações, prisioneiros, etc. Só faltaram as esporas e os tiros. Até dançarinas houve! Um bocado nojentas, é verdade, mas pronto. Por fim, depois da cena gay, da cena pornográfica e da cena dos índios e cóbois, chegámos à cena de romance. Romance, tipo filme de amor. O herói, que já tinha levado com uma seta no fígado e outra no coração, corre três dias sem comer nem beber nem dormir nem urinar nem defecar, escapando milagrosamente ao inimigo, chegando, por fim, ao pé da sua mulher, que se encontra dentro de um poço cheio de água, com um filhote de cinco anos num braço e um bebé no outro. O bebé tinha sido parido há minutos, debaixo de água, e ainda estava ligado à senhora pelo cordão umbilical. O gajo safou-a do afogamento, mais aos putos, partiram dali e foram começar a vida para longe. Lindo, lindo, lindo. Adoro estas cenas românticas. Depois desembarcaram os espanhóis e tal, mas isso é outra estória. Mel, ganda filme, carago! Estiveste mesmo bem! Escusavas era de ter metido aquela cena do gajo a trincar um testículo de javali e a rebentar-lhe a coisa toda na boca. Que nojo! pickwick