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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

03
Jul08

As teorias sobre as gajas

pickwick

A propósito da formação referenciada no post anterior, presenciei um episódio que, apesar de divertido, me apanhou desprevenido. Aconteceu quando o formador, a propósito de reuniões, resolveu partilhar uma teoria interessantíssima sobre a presença do sexo feminino nas mesmas.

 
Teoria: as reuniões em que só haja gajas, correm sempre mal.
 
Fiquei a olhar para ele, espantadíssimo com o atrevimento, ainda para mais quando na sala o número de mulheres superava claramente o número de homens. Vai levar com uma cadeira nos dentes, partem-lhe um braço e atiram-no pela janela para as silvas, pensei eu.
 
Mas, não. As mulheres foram as primeiras a acenar com a cabeça, sorridentes, demonstrando uma total concordância com a teoria. O formador esgalhava um sorriso daqueles que dão quatro voltas à cabeça, aliviadíssimo, com ar de quem ainda tem o coração em batimento acelerado pelo receio de ser comido vivo. Elas foram mais longe e deram exemplos.
 
Esta é uma teoria, de facto, interessante. Com base nela, o mundo deveria tender para a homossexualidade masculina, os casamentos de elementos de sexos opostos deveriam ser considerados gestos de caridade para com as mulheres carentes, e as lésbicas desapareceriam naturalmente como se representassem uma doença da sociedade. Mas, curiosamente, não. A homossexualidade masculina vai indo de boa saúde, como sempre foi, mas não prevalece (é uma forma de a natureza prendar os homens heterossexuais com alguma abundância do sexo oposto). Os casamentos heterossexuais ainda estão em maioria. E as lésbicas são mais que muitas. Este é um mundo estranho, realmente. pickwick
02
Ago06

Homossexualidade feminina

riverfl0w
Sinónimo de confusão? Um bando de vinte lésbicas, de olhos vendados, num mercado de peixe! Era, assim, uma anedota que ouvi em tempos idos, juntamente com aquela de as polacas não poderem praticar ginástica de solo. Conhecem? Se não era assim, era tal e qual. Bom, seja como for, pode estar aqui a explicação para a homossexualidade feminina: os peixes! Não sei muito bem como é que se lá chega, mas de alguma forma há-de ser. Deve haver qualquer coisa de misterioso, quanto de erótico nos peixes. Ou ao contrário. O que é certo, é que elas deixam-se fotografar todas nuas, enroscadas em enormes peixes, para o calendário de uma marca de equipamento para pesca. Portanto, é só pensar um bocadinho, e havemos de chegar a alguma conclusão. Será que as lésbicas são mulheres que nunca compraram peixe num mercado? Nunca sentiram o contacto daquelas escamas húmidas, os bigodes da boga, a elegância da pescada? Ou será que, as lésbicas, são mulheres que tiveram um impulso secreto quando chegaram a casa com o pescado? Imagine-se, uma adolescente, que vai às compras com a mãe. Compram carapaus, a mãe vai à garagem arrumar as batatas e a miúda fica na cozinha a arrumar os carapaus no frigorífico. Quando lhes toca, sente um arrepio na espinha. Aquela humidade, as escamas escorregadias, a sensibilidade… e se metesse o carapau entre as pernas, pensa a adolescente? Os olhos até brilham! Entretanto, chega a mãe e estraga tudo. A adolescente, passado um bocado, vai até ao seu quarto, ainda alucinada com os carapaus húmidos, a respiração ofegante. Mais tarde, já mais calma, procura no seu universo de vida um carapau. Não há. O mais próximo que existe, é uma sereia. E uma sereia, é um ser mítico do sexo feminino, regra geral com uns seios perfeitos debaixo de uma gadelha farta. Uma sereia é que era, pensa a adolescente. Mas não há sereias. Por isso, o mais perto de uma sereia, é uma mulher. E pronto, está produzida uma lésbica. No dia seguinte, vai para a escola e procura, com o olhar atento, outras adolescentes que tenham tido um encontro imediato com um carapau, ou uma solha, ou uma pescada, e que busquem nas outras adolescentes a sereia que há nelas. Outro dia, fiz uma longa viagem de carro com uma amiga, nome de código Rita. Há poucas semanas atrás, eu tinha conhecido o namorado dela. Agora já era ex-namorado. Ela tinha-lhe dado um chuto. Conversa puxa conversa, ela confessa que já teve uma experiência a três, com o ex-namorado e mais uma amiga de ambos, numa típica “ménage à trois”, que correu muito bem. Tão bem, que depois experimentou só com a amiga, e ainda foi melhor. Segundo a Rita (cujo nome verdadeiro é bem diferente), uma relação sexual com uma mulher é bem mais interessante e proveitosa do que com um homem. Ela não deve conhecer muitos homens, tive vontade de lhe dizer. No entanto, passados meses, ela voltou a arranjar um namorado, e ainda por aí toda contente. Não a percebo. Seja como for, essa da relação mais proveitosa pode estar na preferência das mulheres pelas mulheres: a homossexualidade feminina. A ter em conta, nestas preferências, pode ser o conhecimento que as mulheres têm da máquina feminina. Por exemplo, a Ana sabe o que lhe dá muito prazer, logo, será, muito provavelmente, o que dará também muito prazer à Catarina. Além do mais, a mulher não chega ali, monta a outra mulher e em 18 segundos já tem a torneira aberta e está pronta para ir para o sofá beber uma cervejola e ver televisão. No mínimo, 18 minutos, e mesmo assim… Bem, para finalizar, estava aqui a pensar que um bom negócio para montar, e assim ganhar uns trocados extra, seria a venda de carapaus em sex-shops. De silicone. Vibradores, em forma de carapau, com variações em forma de sardinha, atum e peixe-espada. Auto-lubrificados. Com umas luzinhas nos olhos que piscavam, verdes ou azuis. Para as mais violentas, ou sadomasoquistas, uma versão de vibrador em forma de peixe-aranha, com os devidos ferrões. Ui… como elas iriam gostar! Com um dispositivo motorizado na cauda, tipo abano, para quando o carapau desaparece todo e fica só o rabo de fora, a abanar. Muito sexy! Um sucesso! pickwick
19
Jul06

Reflexões sobre a homossexualidade

riverfl0w
Vínhamos nós, serra abaixo, as botas de penedo em penedo pelo carreiro que levava a Loriga, debaixo do intenso braseiro de um sol de Julho. Os temas de conversar multiplicavam-se, o que é natural quando se juntam vários licenciados, mestres e doutorados, todos a cheirarem a catinga nos sovacos muito suados. Um dos temas foi, imagine-se, a homossexualidade. O debate começou com a análise do relacionamento entre seres humanos, com base na experiência de vida de cada um. Os homens dão-se bem com os homens, as mulheres dão-se mal com os homens e as mulheres dão-se mal com as mulheres. Seja aos pares, aos trios ou em grupos maiores, como é o caso de uma cidade universitária onde abundam apartamentos partilhados por vários estudantes. Nos apartamentos só com homens, e tirando crises geradas por partilha de namoradas e fãs, o ambiente saudável perdura pelos anos fora, inabalável, aprofundando-se amizades, partilhando-se sonhos e aventuras. É bonito de se ver e viver. Em apartamentos só com mulheres, bem, há sempre desavenças, crises emocionais, crises de ciúmes, batalhas verbais, zangas de alguidar, umas que abalam e mudam de apartamento, grupos que se desfazem, amizades feitas e desfeitas, enfim, uma roda viva que faz as delícias dos homens que assistam a tudo. Em apartamentos mistos, porque também os há, o ambiente nunca é cem por cento saudável, mas, caso haja homens habituados a fazer estalar o chicote, ou habituados a deitar desprezo pelas narinas, há esperança de não haver uma degradação da qualidade de vida que comprometa a continuação. Ainda assim, é perigoso, entenda-se. Daí que, segundo a teoria do PM (nome de código de um doutorado em engenharia, como se depreende pelas letras), a relação de amor ideal é mesmo entre homens. Tipo homossexualidade. Só que, segundo o autor da teoria, há um problema grave de “hardware” neste tipo de relacionamento. O “hardware”, como todos sabem, é a parte física do ser humano. O “software” será a parte psicológica, que, no caso das relações homossexuais, desliza que nem vaselina. O problema de “hardware” resume-se, nas palavras do homem que trouxe à luz do dia esta teoria, a um problema de dar o rabinho. Compreensível, portanto. Outros membros masculinos do grupo acrescentaram mais alguns problemas de “hardware”, para dotar a teoria de bases mais sólidas, tais como a questão as pernas peludas dos homens, que não ficam bem quando há mais que duas juntas, a parte dos pêlos ao fundo das costas a fugirem para o rego das entre-nádegas, e outras coisas que tais. O único membro feminino do grupo confirmou a teoria, reconhecendo que, de facto, os relacionamentos homem-mulher e mulher-mulher estão, à partida e desde sempre, condenados ao fracasso. Nisto, o JN (nome de código para um mestre em gestão, confundindo-se com um célebre jornal) fez a revelação do ano: a teoria da “carreirinha na onda”! Eu confesso que fiquei atónito com esta teoria, dada a mestria com que foi descrita e a sua evidente aplicação prática. Ora, esta teoria é muito simples e passo a descrever. Os rapazes ou homens, quando vão à praia, gostam sempre de apanhar umas belas ondas e, mesmo sem prancha, tentarem fazer de pranchas-humanas, sendo propulsionados a uma velocidade vertiginosa pelas vagas de água salgada, até ao limite, sendo que, numa fase final do percurso, se vêem envolvidos em água turva, espuma e muita areia, raspando os peitos viris no fundo do mar cheio de conchinhas, pedrinhas e areia grossa. Depois de umas horas destas habilidades, voltam às suas casas, parques de campismo, apartamentos de férias, etc., onde vão para debaixo do chuveiro lavar o sal da água do mar. Entretanto, e por via do tal percurso final da carreirinha da onda, no qual entraram quilos e quilos de areia para dentro dos calções, são obrigados a retirar aquela areia malandreca que se infiltrou mesmo nas profundidades do rabinho, onde a água do chuveiro não chega. Inocentemente, sem saberem do perigo que correm, usam o belo do dedinho (indicador ou médio) para, num gesto harmonioso e carinhoso, retirarem aquela areia incomodativa. À primeira passagem do dedinho, e enquanto ainda soa no ar um “uiii… que é bom…” de satisfação, já é tarde para voltar atrás. Descobriram o prazer da homossexualidade! Era caso para os chuveiros serem vendidos com uma placa de aviso: “atenção, limpar a areia do rabinho usando o dedinho, pode provocar homossexualidade”. pickwick