A propósito da formação referenciada no post anterior, presenciei um episódio que, apesar de divertido, me apanhou desprevenido. Aconteceu quando o formador, a propósito de reuniões, resolveu partilhar uma teoria interessantíssima sobre a presença do sexo feminino nas mesmas.
Teoria: as reuniões em que só haja gajas, correm sempre mal.
Fiquei a olhar para ele, espantadíssimo com o atrevimento, ainda para mais quando na sala o número de mulheres superava claramente o número de homens. Vai levar com uma cadeira nos dentes, partem-lhe um braço e atiram-no pela janela para as silvas, pensei eu.
Mas, não. As mulheres foram as primeiras a acenar com a cabeça, sorridentes, demonstrando uma total concordância com a teoria. O formador esgalhava um sorriso daqueles que dão quatro voltas à cabeça, aliviadíssimo, com ar de quem ainda tem o coração em batimento acelerado pelo receio de ser comido vivo. Elas foram mais longe e deram exemplos.
Esta é uma teoria, de facto, interessante. Com base nela, o mundo deveria tender para a homossexualidade masculina, os casamentos de elementos de sexos opostos deveriam ser considerados gestos de caridade para com as mulheres carentes, e as lésbicas desapareceriam naturalmente como se representassem uma doença da sociedade. Mas, curiosamente, não. A homossexualidade masculina vai indo de boa saúde, como sempre foi, mas não prevalece (é uma forma de a natureza prendar os homens heterossexuais com alguma abundância do sexo oposto). Os casamentos heterossexuais ainda estão em maioria. E as lésbicas são mais que muitas. Este é um mundo estranho, realmente. pickwick