Poema ligeiro das Sofredoras
“És bonita, que linda,
Que feia até podias ser,
Anjinha é que não,
Porque essas não o têm
Em rigorosa definição.
Sendo como és, sofres,
Por o seres, ou porque não,
Uma por a Benetton, essa,
Fechar de Sábado,
E outra, que nem por isso,
Não sabe onde cair morta.
Todos sofrem, perto ou longe,
Molhado ou seco, na brasa.
Apelam à compreensão celeste,
Mensagem na mão terrestre,
Meu amigo escutante,
Acode-me que a dor vai longe.
E eu digo, na nébula maior
Dos pensamentos subtis:
Porra! Havia de estudar PDS!”
Nota do autor:
Esta obra-prima da poesia erótica remonta a 21 de Maio de 1994. Encontra-se arquivada numa pasta da estante da minha sala, misturada com centenas de outros disparates da época. Sinceramente, não me recordo quem era a contemplada nos versos, nem se era apenas uma ou meia dúzia. Seria uma gaja que trabalhava na Benetton? Francamente, não faço a mais pequena ideia. Mais de metade dos versos também não faço ideia do que querem dizer. Devia ser um momento de grande iluminação, certamente. Ou não! Certo, certo, é o contexto em que foi escrito o poema: devia ser véspera de um exame da cadeira de PDS - Processamento Digital de Sinal, do 4º ano. Para não variar, em vez de estar a marrar afincadamente nos livros, estava a pensar em gajas inatingíveis e de moral duvidosa. Enfim, há coisas que não mudam… pickwick