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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

02
Ago04

Raio dos tojos!

riverfl0w
Há algo em ti que me deixa engasgado. Não que te esteja a comparar com um caroço de azeitona ou uma espinha de solha, nada disso. Engasgo-me assim, como que psicologicamente, ainda que com alguns soluços verdadeiros deste pasmo que agarro ao te olhar. Não sabes o que eu sinto, nem eu sei o que tu sentes. Sei que sentes algo e a retribuição desse algo não se consegue esconder nos disfarces de que me rodeio. É um atrofio! Fica sempre algo para dizer quando cada um segue novamente o seu caminho, provavelmente o mais importante. Ficam para trás banalidades de sentimentos alheios e cambalhotas do dia-a-dia, derramados em conversa amena para cobrir o silêncio que esgana a verdade. Verdade… pois… quem é essa? Não interessa (a rima não foi propositada, ok?). Conversar contigo é como tentar pintar a parede de uma casa apenas com pinceladas nas esquinas, sempre nas esquinas. As palavras não existem, apenas frases que complementam outras frases, um discurso suave e quase monótono. Que me impede de soltar cá para fora o que me atormenta tanto? E tu? Que escondes? Ou nem por isso, vai-se lá saber. Porque fazes o que fazes? Porque me apareces à frente com esse vestir de preto, nessa elegância do teu corpo como se fosses ainda uma menina de vinte anos? Como consegues ser tão fresca, tão leve, tão… tão… olha, nem sei! As palavras não existem porque fogem. Fogem não sei de quê, nem de quem. Desaparecem num poço sem fundo, engolidas pela segurança de quem nada faz para nada errar. Agora estás longe, muito longe, mas os dias começam contigo e em ti acabam. Estarei a ficar louco? Ou é a saudade a fazer das suas? Quando regressares, o vazio continuará. Estou certo disso. Não há coragem para saltar por cima dos tojos e abraçar-te, segurar nas minhas mãos esse sorriso e embalar-te entre as nuvens do meu olhar. Direi “olá, ‘tás boa?”, almoçamos, tu contas as tuas aventuras do outro lado do mundo, eu teço comentários e divirto-me com as tuas estórias, já não vai dar tempo para um cinema, tu vais embora e talvez daqui a umas semanas a gente repita a dose. Um jantarzinho, um “cineminha”, mais umas frases para nos entretermos um ao outro, mais umas estórias do lado de cá, beijinho, adeus e até à próxima. Raios partam isto tudo. pickwick

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