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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

03
Mai12

A importância da cintura

pickwick

Não saberia explicitar esta minha preocupação com as cinturas femininas, se não tivesse levado uma ensaboadela da minha ex sobre o assunto, há largos anos atrás. Convém referir, contudo, que a minha ex não sabia desta minha preocupação, tal como desconhecia as demais, pois por essa altura eu era um gajo muito despreocupado, excepto com o fenómeno do excesso de pêlos, com o fenómeno do excesso de volume, e outros aspectos de dimensão estética elevadíssima.


Dizia a minha ex, que o macho faz uma inconsciente distinção das fêmeas na perspectiva da procriação bem sucedida. E o sucesso da procriação está directamente relacionado com a largueza estrutural das ancas – que é bem diferente da largueza conseguida às custas da acumulação de celulite! Porque, pois então, uma estrutura de ancas mais larga permite procriar melhor, isto é, debitar cachopos maiores e a um ritmo mais acelerado. O olho do macho detecta isto num relance, sem que o consciente se aperceba. Um gajo está a tirar as medidas às coxas, à penugem, à dimensão e firmeza dos seios, ao cabelo sedoso ou seboso, ao aroma, ah e tal, enquanto o inconsciente está a fazer contas à velocidade da luz. Zás!, 34 cm de ossatura, parideira média, comprado! Só 29 cm?... Nem com um esquilo consegue procriar!


Ora, das ancas até ao umbigo, vai aquilo a que chamamos cintura. Menos ancas, logo cintura menos acentuada, logo reprovação do inconsciente.


E se tiver umas ancas estruturalmente largas, mas sem cintura? Isto é, uma espécie de cilindro. Será boa parideira? Veja-se o caso do hipopótamo: não tem cinturinha nenhuma, apesar de não ser bicho estreito de ancas, e o resultado está bem à vista – uma cria, apenas! Já a Popota foi desconfigurada com o nefasto propósito de accionar os inconscientes alarmes das criancinhas, geneticamente preparadas para a detecção de boas parideiras. Assim, uma Popota com uma ligeira cinturinha – e não o pote de geleia de um real hipopótamo – convence a criançada de que estão perante uma eficaz reprodutora de hipopotamozinhos. Até os paizinhos olham uma segunda vez, para conferir a sua capacidade reprodutora e dar a bênção financeira.


Depois, há os detalhes da cintura. Uma cintura mais discreta e mais flácida, passa a ideia de uma procriação relaxada. Uma cintura mais bem delineada, com um pouquinho de fibra e palmo e meio de músculo, transmite uma sensação de procriação cuidada, bem assistida e vigorosa. Quando há aquele discreto desfiladeiro duplo (“double canyon”) a descer para as virilhas, o olhar perde-se e o coração atrapalha-se, porque o inconsciente está a dar o tilt com o brutal expoente da potência de procriação da fêmea.


Passando à frente da teoria da minha ex, a cintura feminina também tem muita importância pelo facto de que qualquer gajo se sente muito mais confortável quando sabe que a mulher está do seu lado e nela se pode apoiar para não dar uma das muitas possíveis quedas ao longo do trilho da vida. Evidentemente, toda o homem sabe que, numa queda, não vale a pena lançar as mãos às maminhas da mulher, pois aquelas não foram concebidas para os homens se pendurarem nelas e alguma eventual ou bem disfarçada elasticidade pode levar os dentes ao chão. Pelo que, a seguir às maminhas, a caminho do solo, vêm as ancas. Havendo cintura, é como na escalada de montanhas, um gajo tem onde se segurar. Sem cintura relevante, é como querer subir a um poste ensebado, e as mãos deslizam non-stop até aos tornozelos, onde já é demasiado tarde. E não, joelhos salientes não são sexualmente estimulantes nem ajudam a parar o deslizamento das mãos numa queda.


Por fim, há um outro pormenor na preocupação com cinturas bem definidas: o extremo erotismo da roupa que sai por cima. Gaja que é gaja, tira a roupa por cima quando está com um gajo. Cruza os braços com aquele jeito inimitável, levanta-os e a banda filarmónica começa a tocar “Carmina Burana” como se fosse o desembarque de intrépidos pioneiros numa qualquer praia de uma qualquer ilha desconhecida. Não há maminhas que não subam na consideração de um homem quando os braços se levantam. Junta-se, neste momento, a oportunidade bem safada de um gajo poder deitar o olho, em total liberdade e sem qualquer constrangimento, a qualquer parte do corpo (ou roupa) dela. Uma espécie de momento “Red Light District”. Sem cintura, qualquer movimento das magras ancas pode levar a que a roupa caia de forma pouco natural e muito pouco sensual. É o aconteceria se uma fêmea de hipopótamo estivesse em cima de apenas as patas traseiras, trajando uma mini-saia axadrezada e meias de seda fantasiadas, e abanasse a cauda – blerk!... Com cintura, elas até costumam fazer aquele teatro simpático em que fingem que tentam tirar a roupa por baixo, mas descobrem que não passa nas ancas, e ups!, um sorriso traquina, levantam os braços e… lá está… a banda toca a “Carmina Burana” e… pronto… o resto já se sabe… pickwick

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