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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

05
Fev11

O triunfo dos cintos

pickwick

A sexta-feira é um daqueles dias em que o que se faz está excessivamente dependente do estado de espírito momentâneo. E assim foi, na pretérita. Isto é, na última. Ontem, vá.

 

Fraquejando ao desafio da boémia, sacudi as rodas do bólide azul para cima do asfalto da A25, a caminho de Aveiro. Destino: uma farra caseira, em casa do Nando, só para amigos bem humorados e pouco esquisitos. À entrada de Aveiro, tive o cuidado de parar num hiper-mercado para fazer umas compras estratégicas: queijo, cerveja e um pacote de fatias de presunto! Porque, a bem dizer, um gajo tem que se prevenir atempadamente, quando se avizinha uma patuscada em que a ementa é – no forno - um carapau de 32 centímetros, alapado em meia dúzia de pobres batatinhas! Carapau para os amigos, portanto, e presunto de qualidade para mim. Isto não costuma deixar dúvidas. Muita cerveja, por causa da desidratação. Mas, muita mesmo! Uma caneca de aguardente de zimbro e um charuto entupido, deram o mote para a chegada prematura do sono, e nem umas cenas de pancadaria com o Steven Seagal conseguiram vencer o peso diabólico das pestanas.

 

E onde entram os cintos? Em lado algum!

 

Hoje, que é sábado, por enquanto, acordei com aquele ambiente cerebral de quem tem um carapau a nadar no líquido cefalorraquidiano (ide ver o que é, ide). Demasiado sol na rua, demasiado barulho na rua (apesar do silêncio quase de cemitério), demasiado tudo. Depois de comprar meio quilo de ovos moles para uma sobremesa mais à frente, fui até a uma loja TuttiPromo algures. Gajo que ande a brincar aos viveiros florestais, como é o meu caso, tem que se abastecer convenientemente.

 

À saída da loja, ia-me dando uma coisa ruim. Do outro lado da rua, numa casa de pasto chamada “Pizzarte” (ena pá!, acho que já existe há uns vinte anos), o que é que eu vi? Uma mocinha, com ar de quem tem 27 anos, a passar a esfregona pelo chão, antes da clientela para o almoço. Ora, uma regra (ou boa prática) conservadorista, dita que não é conveniente passar a esfregona no chão quando se tem mais de 1,40m de altura e se está com decote. É uma questão angular, simplesmente. Regra não observada pela mocinha, para gáudio deste infeliz ressacado, de beiça caída perante aquela aparição matinal tão saborosa. A coisa foi de tal ordem, que, se bem me lembro, ainda levei para cima de vinte segundos para conseguir encaixar o cinto de segurança e dar à chave.

 

E onde entram os cintos? Em lado algum! pickwick