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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

01
Dez08

Correcção técnica

pickwick

Por lapso, culpei um dos três magos de dar um beijinho no nariz do esquimó. Afinal, segundo ouvi hoje na rádio, foi o esquimó que deu um beijinho no nariz do mago.

 
No entanto, continuo na minha:
 
1. Os esquimós esfregam os narizes, pelas razões já adiantadas. Beijinhos no nariz já é desvirtuar a tradição, em favor de tendências menos másculas. Ou seja, é um gesto gay. Estamos, claro, a ter em conta, tão só e apenas, trocas de beijinhos entre indivíduos do mesmo género.
 
2. O mago ficou com um sorriso de orelha a orelha quando o esquimó lhe deu um beijinho no nariz. Como quem tem um arrepio na espinha provocado por um intenso prazer. Que é isto, senão a revelação de uma tendência menos máscula? Magos gays! Onde isto já vai.
 
Em jeito de conclusão, e porque estamos a falar de esquimós, a minha fraca memória ainda consegue reter, após tantos anos, uma cena de um filme com o Anthony Quinn, que fazia de esquimó ou algo semelhante. O António chegou a um iglo, perdido no meio de nenhures, debaixo de um temporal muito feio, com muito frio e muito vento. O proprietário do iglo, como era tradição hospitaleira, convidou-o a entrar, para se abrigar. Lá dentro, estava a mulher do proprietário. Como mandava a tradição, a mulher disponibilizou-se para aquecer o visitante, através de uma técnica que acho fantástica. Tirou as botas e as meias ao António, levantou a sua própria camisola (sem soutien, note-se) e puxou dos gelados pés do António para junto dos seus maravilhosos e consistentes seios, baixando a camisola! Isto sim, é uma esquimó a sério.
 
Acho que depois, segundo a tradição, o António também teve direito a uma queca, mas, dada a banalidade do acto, não me ficou na memória se sim ou se sopas. pickwick
30
Nov08

O frango e o anúncio gay

pickwick

Estou a rapar o fundo da taça de plástico barato que, minutos atrás, estava cheio com o meu jantar de hoje. O facto de ter decidido comprar uma garrafa de tinto para, na solidão deste apartamento, celebrar a véspera do feriado de 1 de Dezembro, contribui fortemente para a componente erudita deste post.

 
E o que é a ementa para hoje? É um petisco da minha exclusiva autoria e tem o nome artístico de “Frango enrabado por uma mangueira”. Passo a explicar: mete-se ao lume uma panela com água e macarrão (parece uma mangueira cortada aos bocados), temperado com nós moscada e uma pitada de sal; na frigideira, quatro quintos de uma cebola (não me apeteceu cortar o resto) em azeite servem de cama a um bife de frango, temperado com piri-piri, alho, pimenta preta e salsa, que coze durante longos minutos; no fim, mistura-se tudo na panela do macarrão, serve-se num alguidar e acompanha-se com um Dão à maneira (com efeitos nocivos na capacidade de raciocínio).
 
Isto de passar um fim-de-semana sozinho em cada, dá para estas coisas.
 
Bom, e o anúncio gay? Eh pá, é aquele que agora passa na rádio… ah e tal, singing aia iupi iupi ai, não-sei-quê, e um beijinho no nariz do esquimó!
 
Um beijinho no esquimó?!
 
Os esquimós esfregam o nariz, porque as luvas grosseiras não dão muito jeito para apertos de mãos, nada mais! Ora essa! Beijinhos no nariz, das duas, uma: ou se dão às criancinhas, quando não estão evidentemente ranhosas, ou, então, pura e simplesmente não se dão.
 
Anúncios gay no Natal de 2008. Era só o que me faltava… pickwick
15
Jan07

Crítica cinéfila

pickwick

Ora bem, vou estrear-me nesta arte por si só que é a crítica cinéfila. Ou seja, vou ao cinema, faço de conta que sou um gajo importante e que existem pessoas que lêem o que eu escrevo antes de irem elas mesmas ao cinema, e ganho o meu sustento assim. Deviam ser espancados, esses gajos! Nem é vida! Bom, fui ao cinema no sábado, sessão da meia-noite e vinte, ver um filme do Mel Gibson chamado “Apocalypto”. Esta é uma obra que se pode chamar um quatro-em-um. Gay, pornográfico, índios e cobóis, e romance. Eu explico. O filme começa com uma cena gay. Muito larilas. Um bando de gajos seminus corre pela selva amazónica atrás de um javali. Montam uma armadilha e matam o animal, coitado. Depois, um seminus come um dos testículos do javali, que lhe rebenta dentro das beiças, esguichando um líquido branco suspeito, ficando para ali a babar-se. Riem-se todos e pronto. Homem que é homem, não anda pela selva amazónia a trincar testículos de animais, ok? Depois, passamos a ter uma cena pornográfica. Os gajos deixam de ser todos larilas e viram machos amazónicos, com mulheres e filhos, à excepção de um matulão com 1,90m de altura, que ainda não conseguiu emprenhar a mulher. O ex-larilas mais velho, num momento mais íntimo, empresta-lhe umas folhas cor-da-embalagem-de-mon-cheri para ele esfregar nas partes baixas e assim fazer logo dez filhos. No acampamento, a desdentada da sogra, depois de insultar o matulão por este não emprenhar a sua filha querida, cola-se na porta da cabana do casal, não desgrudando enquanto o desgraçado não saltar para cima da mulher. Ele salta, ui que é bom, gemem os dois e saem disparados cabana para fora, ela aos saltinhos e ele… Bem, ele atira-se de nádegas para cima do bebedouro comunitário, mergulhando as partes baixas no líquido e, assim, afogando o ardor insuportável. Isto tudo, claro, perante uma tribo que se rebola no chão, todos perdidos de riso. Enfim, esta gente do cinema não consegue fazer um filme sem sexo. Ordinários! De seguida, após a cena gay e a cena pornográfica, começa a extensa parte do filme dedicada aos índios e cobóis. Porrada, corridas, sangue, mortos, feridos, setas, decapitações, prisioneiros, etc. Só faltaram as esporas e os tiros. Até dançarinas houve! Um bocado nojentas, é verdade, mas pronto. Por fim, depois da cena gay, da cena pornográfica e da cena dos índios e cóbois, chegámos à cena de romance. Romance, tipo filme de amor. O herói, que já tinha levado com uma seta no fígado e outra no coração, corre três dias sem comer nem beber nem dormir nem urinar nem defecar, escapando milagrosamente ao inimigo, chegando, por fim, ao pé da sua mulher, que se encontra dentro de um poço cheio de água, com um filhote de cinco anos num braço e um bebé no outro. O bebé tinha sido parido há minutos, debaixo de água, e ainda estava ligado à senhora pelo cordão umbilical. O gajo safou-a do afogamento, mais aos putos, partiram dali e foram começar a vida para longe. Lindo, lindo, lindo. Adoro estas cenas românticas. Depois desembarcaram os espanhóis e tal, mas isso é outra estória. Mel, ganda filme, carago! Estiveste mesmo bem! Escusavas era de ter metido aquela cena do gajo a trincar um testículo de javali e a rebentar-lhe a coisa toda na boca. Que nojo! pickwick