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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

05
Abr13

Mistérios do Corpo Feminino III

pickwick

A Mimi foi uma amiga também da adolescência. As feições orientais e a pele morena, faziam uma excelente equipa com um corpinho elegante, esguio e alto. Os lábios, eram coisa para apetecer passar horas seguidas a mordiscar carinhosamente.

Se bem me lembro, só não comecei a namorar com ela, porque as minhas idas à capital revestiam-se quase sempre de um espírito ermitão difícil de desmobilizar. Eramos muito amigos e trocávamos cartas com frequência assinalável.

Eu sonhava em sentá-la no meu colo e dar-lhe palmadinhas nas coxas, mas isso, agora, não interessa.

Outro dia, encontrei-a no Facebook. Fácil por causa do nome e do apelido, ambos invulgares. A deliciosa e esguia Mimi, tinha-se transformado num mulherão com carta de condução de Mercedes para cima, dada a evidente dificuldade em chegar com as mãos à maneta das mudanças num veículo ligeiramente mais estreito. Muito volume, portanto. Atrevo-me a estimar que quadriplicou o seu volume corporal, sem exagerar.

Como? Deve ter sido dos anos que viveu cá em Portugal. Este país tem efeitos devastadores. Agora, vive novamente no Oriente, mas não conseguiu desfazer a destruição que os ares lusos fizeram naquele corpinho outrora invejável.

E se eu emigrasse? pickwick

20
Set12

Mulherio abundante – parte 1

pickwick

A minha vida profissional já não é o que era. Subitamente, vejo-me catapultado para uma situação em que trabalho semanalmente em cinco edifícios diferentes, distantes alguns quilómetros uns dos outros, sendo que há uma abundância relativa de mulheres. Relativa, porque, embora estando em maioria, são pouquinhas. Faz parte da desertificação do interior, portanto.

 

À segunda-feira, é com a Cricri, que já conhecia de anos anteriores. Nada a relatar, que, sendo casada, não é de se deitar fora.

 

À terça-feira, não conta, é dia de mangueira.

 

Quarta-feira, foi a Fáfá, casada, simpática, mas potencial candidata a uma lipoaspiração em larga escala. Só que, a Fáfá fez logo o favor de me ir apresentar a uma colega de trabalho que é loira, tem olhos azuis, é jeitosa, só deve ter uns 50 anos, e desmancha-se em cerimónias do alto daqueles tamancos finórios. Aproveitou logo para me ir mostrar o computador, na esperança de eu lhe meter aquilo a trabalhar, coisa que não consegui, dado ainda não ter capacidade para reparar placas gráficas só com o olhar. A Fáfá bem que disse o nome dela, mas, lá está, quando me apresentam alguém, é escusado dizerem-me o nome, que passa-me tudo ao lado. Pior ainda, se o cabelo for loiro, pois fere a vista e o cérebro empana por uns segundos. Na próxima semana, pode ser que haja oportunidade para descobrir o nome da jeitosa.

 

À quinta-feira, é com a Féfé. Outra casada, dizem que “é de gancho”, mas não tenho reclamações a fazer. E é agradável à vista, vá, tenho que reconhecer, o que é bom para estimular um ambiente de trabalho motivador de grande produtividade. Tal como a Fáfá, a Féfé também veio-me com uma conversa meio engasgada sobre o meu desempenho profissional, que dizem que eu coiso e tal e tal e tal... Não cheguei bem a perceber o “coiso e tal”, mas pareceu ligeiramente não negativo. A Fáfá ainda juntou um estranho “especial” quando tocou neste assunto. Vou ter que me chatear? Às tantas…

 

À sexta-feira, que por acaso é já amanhã, é com a… vá… com a Aldonza Lorenzo. Disse-me, quem sabe, meio em sussurro, que uiiii… essa é que… ufff… ufff… (só lhe faltou uivar). Até tenho medo! A moça, realmente, tem um porte tão imponente quanto elegante. Mas, também não era preciso exagerarem. Amanhã já tiro as dúvidas, caso consiga ficar a manhã toda ao pé dela e não tenha que sair à pressa para ir a casa mudar de roupa depois de me babar dois litros pela peitaça abaixo. pickwick

21
Mai12

Falha de pontaria

pickwick

Depois de três horas de viagem, desde a capital, chegámos finalmente a Coimbra. Parecia estarem em curso as celebrações de um qualquer mega-casamento, tantos eram os carros que apitavam à nossa volta. Um deles atravessou à nossa frente, com três jovens alojados na bagageira aberta, de pernas penduradas no para-choques e segurando copos e garrafas. Provavelmente, não seria um casamento, mas um festejo futebolístico. 

 

Fui levar o meu companheiro de viagem até onde havia deixado o seu carro, numa ruela manhosa algures na zona antiga da cidade. Durante alguns minutos, fizemos a trasfega do material dele para o respectivo bólide. Mochilas e caixinhas, basicamente.

 

Entretanto, enquanto o Miguel ultimava a arrumação perfeccionista na bagageira, dei conta de uma moça ao longe. Loira e elegante, trajada com roupas de cores vistosas, entre o preto e o vermelho, acabava de fechar a porta do seu carro e metia-se a caminho, rua acima, na nossa direcção. Passo lento, como quem não tem pressa, em cima de um par de saltos altos - o calçado perfeito para uma rua com chão de “paralelos”.

 

O Miguel bateu com a porta da bagageira e eu fui ter com ele, com o meu ar de gajo chateado com a sorte: oh pá, já fechaste isso? que pressa! devias demorar mais tempo, para apreciarmos a gaja que aí vem… Fiz de conta que encetava o discurso de despedida, para ver se ela passava por nós. Pelo canto do olho, topei que já estava a poucos metros. Ui! Ui!

 

Nisto, ouço o Miguel: então? andas a passear?

 

Pensei logo: ah e tal, querem ver que a gaja é uma galdéria e o Miguel anda aí na má vida para a conhecer? Olhei-a de frente, enquanto eles trocavam beijinhos e faziam conversa de circunstância. Afinal, era moça para a minha idade, ou pouco mais velha. Mas fazia cá um vistaço! Uiiii!... Muito bem apresentada, realmente. No entanto, a combinação de elegância, roupa e cor de cabelo, fazia-me imaginar rapidamente uma mulher para todo o serviço.

 

Em menos de cinco segundos, o Miguel estava a apresentar-me a moça, beijinho-beijinho, nome para lá, nome para cá, ah e tal esta é a mulher do Fernando. Claro que é, pensei eu, mas que grande argolada! O Fernando é um amigo comum e excelente pessoa. Fiz meia dúzia de palavras de circunstância e meti-me a olhar para as fachadas das casas antigas à volta, na esperança de que a moça jamais percebesse que poucos segundos antes estava rotulada de rameira. Nunca se deve menosprezar a capacidade feminina para adivinhar, apenas com uma simples troca de olhares, o que vai na cabeça de um homem…

 

Pouco depois, despediu-se e foi embora, aguentando-se habilmente por cima dos “paralelos”, qual penico equilibrista. Não troquei palavra alguma com o Miguel sobre o assunto. Fiquei tão engasgado que não me ocorreu mesmo nadinha. Só dei Graças por não ter tido uma inoportuna descaída ao género da construção civil: nem assobios, nem caça aos macacos, nem meio-fósforo entalado nos caninos, nem um piropo de vocabulário refinado. Teria sido um incidente diplomático sem reparo possível. pickwick

24
Jul08

O vestidinho da Fafá

pickwick

Ultimamente, tem estado um calorzinho. Daqueles que só dá vontade de andar todo nu pela casa, a arejar. Dá vontade, mas a cautela vem primeiro. Não vá o pirilau ficar trilhado na porta da máquina de lavar roupa, o melhor mesmo é andar com a bela da cueca protectora.

 
Com o calor, o ser humano tem alguma tendência natural para se despojar de excessos de roupa, pelo que, nesta época, os olhos têm muito com que se regalar. Infelizmente, o meu estúpido dever para com o patronato vai novamente privar-me das férias de verão a que tenho direito, condicionando-me o acesso a contextos sócio-recreativos em que a concentração de mulheres a morrerem de calor é elevadíssima.
 
A loira dentuça costuma aparecer todos os dias, sistematicamente sem soutien e com um vestido de alças decotadíssimo que deixa perceber as maminhas invariavelmente descaídas até ao umbigo. Isto é um ritual diário: a loira aparece, eu controlo-lhe o vestuário, constato as alças, o decote e o formato decadente das maminhas, arrepio-me com os dentes em forma de retroescavadora, e suspiro de infelicidade pela paisagem pouco apelativa.
 
No entanto, ao início da tarde de hoje fui surpreendido de forma agradável. A Fafá (nome de código), que se tinha oferecido de véspera para me ajudar a redigir um projecto, apareceu de rompante no gabinete do patronato. Quer-se dizer, ela entrou de mansinho, como sempre, mas como me deixou em choque, faz de conta que foi de rompante, ok?
 
A Fafá, é uma senhora da minha idade, mais coisa, menos tigela, cujo rosto invalidaria qualquer desejo relacional que me acometesse nesta vida ou noutra reencarnação. É feia, pronto. Mas simpática, vá. É magra e, por conseguinte, elegante, coisa que se torna rara acima dos trinta e cinco anos. Fica-lhe bem a elegância, mas o défice de maminhas não abona em favor de qualquer apreciação, ainda que em desespero de causa. E o cabelo curto também não ajuda nada, convenhamos.
 
Não sendo mulher que provoque atracção alheia, e tendo consciência disso, a Fafá costuma trajar de forma simples, muito simples, na maior parte das vezes com umas simples calças de ganga dentro das quais as nádegas parecem nunca encher o espaço livre. Apesar desta apreciação pouco positiva que aqui deixo, estou a falar de uma mulher casada e mãe de duas filhas! Não é um monstro, portanto.
 
Retomando a entrada de rompante no gabinete do patronato, falta descrever a novidade: é que a Fafá apareceu com um vestido que mais parecia roubado à sua filha de catorze anos, a avaliar pelo comprimento diminuto da saia e pelo padrão axadrezado do tecido. Até fiquei sem jeito. Pensei logo para comigo: mau, mau, Maria, está aqui um gajo a tentar trabalhar sossegado e vens para aqui tu nesses preparos, a distrair a malta!
 
Arranjei-lhe uma mesa vazia mesmo ao lado da minha secretária, arranjei-lhe um computador, e pu-la a render. A isto, chama-se estimular a qualidade de vida em contexto de trabalho! Um gajo está a trabalhar e entre cada oito minutos faz uma pausa para deitar o olho ao lado. É que, para quem não sabe, os vestidinhos daquele género transformam-se facilmente em meio palmo de saia abaixo da nádega, quando a mulher se senta. É o conhecido arregaçar natural da saia. Uma coisa linda de se ver, portanto.
 
A Fafá regressa amanhã, para continuar o trabalho. Se gostou de estar ali no gabinete a exibir o pernão, amanhã trará outra indumentária-surpresa, algo igualmente arejado e provocador. Veremos. pickwick
04
Jul08

A deusa lenhadora

pickwick

Um dia destes, uma colega de trabalho convidou-me para ir espreitar o princípio da casa dos seus sonhos, num terreno em área pouco urbana, mesmo no sopé da Serra da Estrela. A localização específica do terreno que ela comprou, é que não correu assim muito bem. Durante alguns quilómetros, a paisagem era fantástica: a soberba encosta da serra, mesmo de frente, tão próxima. Ao chegar ao terreno dela, um vale, desaparece a serra de vista, enfim, fica o ar serrano, a proximidade, o ambiente. Não se pode ter tudo, mas não era eu que ia comprar um terreno a poucas centenas de metros de uma serra, e não ter vista para a serra. Pormenores técnicos, portanto.

 
A casa veio do estrangeiro, lá do norte, e é totalmente em madeira, à excepção da sapata de cimento para servir de base. A madeira, XPTO, veio lá bem do norte, tipo Rússia, toda tratada com técnicas especiais de corrida, cortada, entalhada, etiquetada, pronta a montar. Tipo puzzle. São algumas dezenas de toneladas de madeira, entre outro material. Isto é uma cena muito à frente: o projecto arquitectónico é feito por cá, mas depois o material é todo preparado lá bem longe. Depois vem tudo em camiões, incluindo trabalhadores, e planta-se tudo no terreno durante uns dois meses, até a coisa estar concluída.
 
Eu também queria uma casa assim, embora tenha ficado com algumas reticências quanto à espessura da madeira. Consta que é mais saudável, mais quente de Inverno e mais fresca de Verão, tem melhor isolamento, menos humidade, etc. Eu acho que até tem algum estilo, tirando a ansiedade diária de regressarmos a casa sem sabermos se a coisa ainda está de pé ou se já foi transformada num monte de cinzas e carvão.
 
Quando cheguei ao terreno, a equipa de montagem encontrava-se a relaxar do calor brutal que se fazia sentir nesse dia, sentados debaixo de uma sombra, dando dois dedos de conversa. A minha colega apresentou-me a um casal de holandeses, que seriam os responsáveis pela obra. Apresentou-me como um potencial interessado no produto, num futuro qualquer.
 
E é aqui que entra o principal assunto deste post, uma vez que o que está para trás é mera palha. Falo da holandesa, claro! Falo de uma loira natural, olhinho azul, metro e sessenta, corpo incrivelmente elegante. E quando eu falo em corpo elegante, em especial quando é incrível, falo de um corpo elegante, obviamente, sem gorduras, com maminhas tipo concha-da-sopa, calças de ganga justas nas nádegas, trintas e poucos, rosto bronzeado pelo contacto diário com o sol, camisolinha de alças, etc. Enfim, um mimo da natureza para com a Humanidade.
 
Mas, mais incrível ainda, é o facto de esta mulher trabalhar, lado a lado com os homens, no transporte de madeira! Tipo deusa lenhadora, ou sei lá. Deve ser por isso que tem aquele corpo incrível. Imagino-a numa forma física tipo atleta de alta competição, gordura zero, fibra por todo o corpo, ah e tal. Uma coisa fora do normal! Sim, senhora! E vivam as casas de madeira! pickwick