Campismo – parte 2 – meloas
Pondo de lado o saudosismo, o tradicionalismo, e outras coisas acabadas em “ismo”, convenhamos que há algumas sérias vantagens em se passar uns dias num parque de campismo com piscina incorporada. Por um lado, pode apreciar-se conveniente e detalhadamente uma longa série de biquínis e respectivos suportes. Por outro lado, também se pode apreciar esses biquínis e respectivos suportes. Basicamente, é isso.
Nas duas manhãs que passámos na piscina do parque, quase que deu para fazer amigas. Bom, pelo menos, a minha vista apurada fez meia dúzia de amigas.
Em particular, um grupinho engraçado de seis jovens adultos, assim como quem andam na universidade e tal: três rapazes e três raparigas.
Rapariga 1. Estilo “arrumava-te bem dentro da caixa da flauta transversal”. Quase que podia andar em topless que ninguém pensaria tratar-se de uma rapariga, tal era a planície. A leveza corporal dava-lhe margem de manobra para andar a saltitar por ali, conversando com uns e com outros, saltando para a água, apanhando sol. Mas, ainda assim, apetecível.
Rapariga 2. Estilo “cuidado que podes partir o biquíni de porcelana”. Imponente, boa figura, elegante,175 cm de altura, biquíni discreto embora com pouco tecido. Confesso que devo ter passado aproximadamente duas horas líquidas a consumir-lhe a pele do peito com a minha mira laser alojada debaixo da sobrancelha esquerda. Era daqueles peitos que dão gosto apreciar: majestosos, mas não tipo “bolas de Pilates”. Um peito sobre o qual eu dormiria a melhor das sestas num qualquer prado verdejante nos Alpes. Tímida, definitivamente. Molhar o corpo desde as unhas dos pés até aos joelhos, já era uma aventura com demasiada adrenalina. E pouco dada a sessões fotográficas indiscretas, não tendo apreciado a iniciativa do amigo de pele branco-farinha, quando este saltou para dentro da piscina de máquina fotográfica de rolo em punho, tentando fotografá-la sentada na escadinha metálica com água a meio das canelas.
Rapariga 3. Estilo “meu Deus, porque me obrigas a ver estas coisas sem poder tocar?”. Extremamente elegante, quase a cair para o magrinha (opinião do Zequinha, muito discutível). Abdominais perfeitos, notando-se à distância cada músculo. Peitos discretos, meia-laranja. Pele muito, mas muito bem bronzeada. E, o mais importante, interessante, e outras coisas acabadas em “ante”, umas nádegas deslumbrantes, duas perfeitas meloas bem tonificadas. Acresce, a favor do deslumbramento, o facto de a rapariga usar uma reduzidíssima cuequinha, quase que “apagada” do mapa de tão enfiada que estava entre as duas deliciosas meloas. Com muita frequência, esta endiabrada inclinava-se para cima dos amigos e das amigas deitados, virando as nádegas para a piscina. Não estavam reunidas condições para um gajo conseguir racionalizar o que quer que fosse. Devo ter passado umas quatro horas líquidas a degustar visualmente aquelas meloas. À custa disso, apanhei um escaldão na careca que ficou uma obra imprópria para consumo.
Posto isto, resta acrescentar que, em determinada altura, os rapazes e a rapariga 1, acharam que era boa ideia pegar na rapariga 3 e atirá-la para dentro da piscina. A esta empreitada, a rapariga 3 opôs-se ferozmente, debatendo-se com unhas e dentes, muito valorosamente, para gáudio dos bons apreciadores de uma cena de pancadaria amigável. Realmente, aquele corpinho elegante e musculado certamente devia muito ao desenvolvimento de uma qualquer actividade desportiva de nível competitivo. A determinada altura, no emaranhado de braços e pernas e empurrões e puxões e muita risota, a rapariga 3 começou a perder a compostura da parte de cima do biquíni, facto que se evidenciou pelo contraste de cor entre a pele bronzeada do tronco e a pele branquinha dos seios. A ondulação habitual da piscina desapareceu subitamente, tal era a atenção com que os muitos utentes masculinos observavam o desenrolar dos acontecimentos.
Com grande pena minha, não tentaram a mesma sorte com a rapariga 2. O que, a bem dizer, até foi bom, porque, se calhasse a dar luta também, podia acontecer-lhe o mesmo deslize com a parte de cima do biquíni, e, aí, garanto que não conseguiria manter qualquer traço de serenidade. Provavelmente, passava-me uma coisa ruim pela mioleira e começava a bater palmas e a uivar ruidosamente, assim numa espécie de foca-lobo num qualquer show erótico de um parque aquático. pickwick