O decote da Diana
Ao contrário do que o título possa parecer, este post não é uma apreciação sobre os conteúdos do soutien da Diana. Pareceria mal, da minha parte, exercitar a escrita sobre assunto tão pouco nobre. Até porque, note-se, a Diana tem apenas 15 anos. Mas, adiante. Hoje foi dia de “corta-mato”, essa bela disciplina do atletismo. Antes de falar da Diana, gostaria de falar da X, que não sei o nome, atleta do escalão superior da prova. A X, para além de ter ar de… de… enfim, lábios finos e vincados pela inveja permanente e pelo mau íntimo explosivo, foi trajada com o que de melhor deve ter encontrado na melhor loja da metrópole mais próxima. Incluindo um boné piroso, de marca, das traseiras do qual saltava um rabo-de-cavalo. Confesso que me deu vontade de lhe pregar uma rasteira e acabar-lhe com aquela passada muito snob, muito lenta e muito altiva, obrigando-a a aterrar com as ventas no lamaçal ali mesmo ao lado. Imagine-se, uma sirigaita armada aos cágados, a correr no meio do mato, por cima de ervas molhadas pelo aguaceiro e sapatilhas enterradas na lama, com o mesmo porte com que as gajas podres de boas dos filmes se passeiam pelas marginais de cidades à beira-mar. Tal e qual. Ela nem era boa, nem estava num filme, e os sete quilómetros que a distanciavam do sopé da Serra da Estrela não davam hipótese para aparecer nada que se parecesse com uma praia. Enfim. Só ao estalo, digo eu. Ainda antes da Diana, gostaria de apenas comentar que a Bruna apareceu para assistir à prova com o seu tradicional casaco de ganga e as suas tradicionais calças de ganga. Até aí, nada de novo. As calças de ganga, porém, eram especiais de corrida: as costuras dos bolsos e das presilhas eram feitas com linha cor-de-rosa-fluorescente! E pensei eu, cá para comigo: para que raio é que uma miúda vai comprar umas calças de ganga assim? Ao fim de alguns minutos, descobri o motivo! É que as cuequinhas são exactamente da mesma cor! Fantástico, não é? Só a mim é que não lembra ir para a rua com umas cuecas da mesma cor que a linha das costuras das calças! Bom, mas este post era mesmo sobre a Diana, esse fenómeno da natureza, digno de ser parido no Entroncamento numa noite de trovoada e queda de granizo, ao som dos apitos dos comboios. A Diana fez parte da equipa maravilha de meninas que abriu a cerimónia de entrega de medalhas e que fez a sua entrega aos vencedores. Todas trajadas de preto, as dez meninas fizeram o seu melhor por merecer as palmas e os assobios da assistência, embora coordenação seja algo além das suas capacidades. Não havendo dinheiro para comprar fato preto igual para todos, cada uma arranjou-se como pôde. A Inês, por exemplo, trajou com os ombros à mostra. As restantes, trajaram discretamente. E a Diana, bem, a Diana apareceu com um decote. Eu ainda não tinha dado por nada, o que até nem parece meu, mas a Maria, ao meu lado, chamou-me a atenção quando levou as mãos à cabeça a murmurar “aquela parva não pára de mexer no decote”. Ora, eu não podia ficar indiferente, não é? Então, e o que se passava? A Diana tinha, de facto, um decote, mas não era nada assim de escandaloso. O problema é que passava o tempo todo a ajeitar o material: seios mais para cima, decote mais para baixo, salta, salta, mexe, mexe, olha para dentro, abre mais, mexe, ajeita… Durante a cerimónia, deve ter fugido para os balneários mais de dez vezes, na ânsia de melhorar a disponibilidade visual dos seus atributos. Realmente, dava um bocadinho nas vistas assim a mexericar descaradamente no peito e no decote, como se estivesse permanentemente descomposta. A Maria ria que nem uma perdida, cá de cima. Não tirava os olhos da Diana. Parecia eu, no meio de uma praia,