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Arautos do Estendal

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Ela, do alto das suas esbeltas e intrigantes pernas, veio caminhando quintal abaixo até ao estendal, dependurando a toalha onde, minutos antes, tinha limpo as últimas gotas de água. O Arauto viu, porque o Arauto estava lá. E tocou a trombeta.

Arautos do Estendal

22
Set12

Aldonza Lorenzo

pickwick

Okay, tal como previsto, sexta-feira foi dia de passar, pela primeira vez, a manhã em trabalho conjunto com a Aldonza Lorenzo. Assim será, todas as sextas-feiras até ao Verão.

 

Cheguei primeiro, para não fazer figurinhas de atrasado, que fica mal e perdem-se importantes peripécias. A meio da conversa com os demais já presentes, chegou a Aldonza. Aperto de mão protocolar, metro e oitenta e saltos altos de dimensões pouco razoáveis. Dizem que as primeiras impressões é que não sei o quê. O certo é que, após uns vinte segundos de entrar na sala, a Aldonza já estava a puxar para cima aquelas calças brancas justinhas, ajustando adequadamente o tecido às nádegas não necessitadas de corridinhas. Impressionadíssimo, pensei para comigo: ‘tás tramado, ó pá!

 

Calças brancas justinhas, sapatinhos de salto alto-gigante com adornos brilhantes, corrente sexy no tornozelo, blusa preta de alças, ombros descobertos, tatuagem mística na omoplata, morenaça da cabeça aos pés, peito modelo ui-mão-cheia, cabelo preto, enfim. Tudo o que se podia pedir para dar cabo do desempenho profissional aqui deste humilde servo dos desígnios nacionais.

 

Dois minutos depois, a Aldonza já tinha mudado de calçado, usando um chinelinho de enfiar nos dedos do pé, cravejado de brilhantes. Mesmas calças. Mesma blusa. Ao trocarmos meia dúzia de palavras de índole profissional, apercebi-me que, afinal, sem os tamancos, a Aldonza deveria medir menos dois centímetros do que eu, facto que me deixou mais descansado, pois facilitaria o nobre acto de lhe dar umas palmadinhas de conforto nas nádegas, em momento intemporal mais íntimo.

 

Durante três horas, travei uma luta com o meu consciente, para não sucumbir à tentação de parar tudo o que estivesse a fazer e ficar pasmo a tirar-lhe as medidas, de beiça descaída, franzindo o sobrolho a cada golpe de anca. Luta com o consciente, porque tenho a perfeita noção de que o subconsciente já estava perdido, inegavelmente ao rubro, a carburar com combustível da NASA, perdendo-se na loucura de uma lingerie pouco perceptível.


Foi uma manhã muito difícil. Não sei como irá ser, suportar este ambiente todas as sextas-feiras até Junho… Uma boa estratégia poderia ser marcar semanalmente um blind date, sempre ao jantar de quinta-feira, garantindo que, assim, todas as sextas-feiras andaria enjoado e incapaz de apreciar qualquer rabiosque bem feito. pickwick

3 comentários

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    pickwick 23.09.2012

    Seja como for, agradeço-te, do fundo do coração, pela tua solidariedade... Pelo menos, quando estive a afogar-me no negro poço do sofrimento, terei a consolação de saber que me compreendes... :-)
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    cocacolagirl 23.09.2012

    De nada :) eu sei reconhecer quando vejo uma mulher bonita, neste caso, quando leio uma discrição de tal :) não tenho aqueles problemas que os homens têm "achas mesmo que eu aprecio homens? Lá sei se ele é bonito ou feio"
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